Ulme
Vila gémea da Chamusca, antiga sede de concelho, conserva ainda a Casa da Forca, onde era a Câmara e se fazia justiça. Ao longo da Ribeira, funcionaram até há bem pouco tempo dezenas de moinhos.
Resenha Histórica
Ulme, terra dos “Pinéus” muito antiga, segundo a lenda terá sido fundada por ULMA, um general romano ao serviço de César, enquanto que, outros autores acreditam que tenha a sua origem numa colónia alemã da cidade de Ulm (cidade onde nasceu Albert Einstein em 1879). No entanto, pelos vestígios encontrados no local, tudo aponta para que o seu povoamento seja muito anterior a esse evento.
Em todo o caso, Ulme pertenceu desde o séc. XV à casa dos Silvas, senhores de Vila Nova de Foz-coa e Mação, tendo passado após a revolução de 1640 para a Casa da Rainha D. Luísa de Gusmão, cujo paço hoje apenas é conhecido pela toponímia. Foi elevada a vila por Carta de 18/02/1561 no reinado de D. Sebastião e regência de D. Catarina, teve Câmara extinta por decreto de 24/10/1855. No censo de 1527, Ulme e seu limite era uma das localidades mais povoadas no limite de Santarém, pois contava com um total de cerca de 950 habitantes ai residentes. Por Ulme passou D. João I e D. Nuno Álvares Pereira, quando da luta pela nossa independência, D. Sebastião também por aqui passou e pernoitou algumas vezes.
Ulme, Vila de tradições antigas.
O tecido urbano na parte mais antiga da vila, a que os “Pinéus” dizem, “ir à vila”, com as suas calçadas de calhaus rolados tipicamente medievais mantém ainda a toponímia desse período: Rua Velha, do Moinho, do Paço e da Tanoeira. Existem ainda outros Lugares que são exemplos do seu medievalísmo: Quina, Vale dos Oleiros, Covões, Vale das Mós, Casta ou Crasta, Mesquita (lugar onde existiu uma antiga Capela ou Mesquita) Paipoldro, Pocariça, Crespo (antiga aldeia), Vila de Rei (também antiga aldeia), etc.
A vila é atravessada pela ribeira do mesmo nome (Ribeira de Ulme), cujas águas em tempos moveram azenhas, e são, hoje ainda, uma fonte de riqueza e tradição, já que é nas suas margens que se produz o arroz que fez parte da economia dos “PINÉUS”.
Na sua situação geográfica existe uma simbiose quase perfeita de Planície e Montanha donde resultam características de aspectos originais na cultura e tradições. O seu clima é moderado, o ar é saudável e as suas águas puras que enchem as barragens onde anualmente se realizam alguns concursos de pesca, proporcionam ao visitante momentos de prazer ao mesmo tempo que o convidam ao repouso e à calma.
Os seus edifícios são geralmente de um só andar, são caiados com barras de cores diferentes o que outrora indicava o seu proprietário.
Locais a visitar
SemideiroCapela da N. Sra da Luz em Tamazim
Agradecimentos à Câmara Municipal da Chamusca, pela disponibilização de conteúdos: www.cm-chamusca.pt/
Especial agradecimento à Drª Ana Paula Ribeiro