Pinheiro Grande

Situando-se a nordeste da vila de Chamusca a uma distância de 4 km aproximadamente.Resenha Histórica

Segundo a lenda, um dia o Ribeiro do Casal Velho, depois de uma grande enchente, transbordou e arrasou toda a povoação, ficando apenas terreno próprio para cultivo. Quando chegou o tempo das sementeiras, a terra foi lavrada, mas, em determinado sítio, os bois paravam e ajoelhavam.
Estranhando o caso, os camponeses perguntaram-se, entre receosos e deslumbrados, a razão de tão extraordinário acontecimento. Consultaram-se e resolveram revolver o solo e ver se conseguiam atinar com o milagre. Meteram mãos à obra, cavaram e encontraram a Imagem de Santa Maria. Ficara subterrada, aquando da invasão das águas. Trazem-na para a Capela e todas as noites a Santa desaparece para o local onde fora encontrada. Tocados no coração, os habitantes do lugar pensam em construir a Igreja, de propósito para guardar a Imagem. Conseguem edifica-la e para lá transferem a Santa. Desde então, não mais saíu de lá.

Foi à volta desta Igreja que nasceu a povoação de Pinheiro Grande que inicialmente se chamou Pinheira, porque no local havia uma Pinheira que, por ter secado, foi mandada cortar pelo comendador D. João de La Cueva, em 12-02-1755. Media 19,5 varas de comprimento e 23 palmos grossura no pé.
A Igreja Paroquial, colocada ao centro da antiga Comenda de Cristo, deve a sua fundação a um dos primeiros Comendadores daquela ordem no séc. XVI. De todos os comendadores o mais ilustre foi o cronista Gomes Eanes de Azurara que sucedeu a Fernão Lopes no cargo de Guarda Mor da Torre do Tombo e continuou a obra de D. João I começada pelo seu antecessor. Azurara entrou, na Ordem de Cristo e teve o grau de Comendador de Alcains, comenda que depois de 1554 trocou pelas de Pinheiro Grande e Granja do Ulmeiro.

O último Comendador de Pinheiro Grande foi D. João de La Cueva que aqui se acha sepultado a par de sua mulher, e que teve de expatriar-se por haver assassinado o Marquês das Minas, D. João de Sousa, quando este saia da Congregação O Oratório, em 17 de Setembro de 1722.
Do palácio dos Comendadores do Pinheiro, situado a poente do lugar de Pinheiro Grande onde passa hoje a estrada nacional 118, até há poucos anos existiam os alicerces, mas no princípio do Século ainda se via um grande arco. Para além da igreja paroquial há ainda várias Capelas nesta Freguesia que são propriedade particular e ainda o Convento de Santo António.

Figuras Ilustres ligadas à História de Pinheiro Grande - Para além das já citadas, não podemos deixar de falar de: D. Manuel de Santa Rita Barros, vice-reitor do Seminário de Santarém e mais tarde Bispo de Angola; Dr. João Joaquim Isidro dos Reis, impulsionador daquela obra maravilhosa que é a ponte com o seu nome, vulgarmente conhecida por Ponte da Chamusca; família Vaz Monteiro, que cedeu o terreno onde foi construída a primeira escola em edifício próprio do Concelho; Joaquim Nunes Jorge, Administrador do Concelho até 16 de Janeiro de 1926; Engº. Carlos Monteiro do Amaral Netto, último Presidente da Assembleia Nacional em Abril de 1974; João Alves Orvalho, Presidente da Câmara Municipal de Chamusca no período de 1959 a 1961

Locais a Visitar

  • Pinheiro Grande
  • A Igreja de Santa Maria do Pinheiro Grande
    (Igreja Paroquial, no centro da antiga Comenda de Cristo do séc. XVI)
  • O Covento de Santo António
    (Convento fundado por D. Manuel I para Padres Franciscanos)          

  • O Miradouro das Cabeças
    (Vista panorâmica para o Rio Tejo e lezíria ribatejana)
  • Percurso de Manutenção (Onde pode praticar exercício físico
    em contacto com a natureza)
  • A Ponte da Chamusca "Isidro dos Reis"
    (Com parque de merendas, restaurante e alojamento)

Agradecimentos à Câmara Municipal da Chamusca, pela disponibilização de conteúdos: www.cm-chamusca.pt/
Especial agradecimento à Drª Ana Paula Ribeiro